O ministro da , , afirmou, nesta quinta-feira, 23, que não há evidências concretas de uma atuação em larga escala de espiões russos nem de outras nacionalidades no Brasil.
Segundo o ministro, os órgãos de segurança e inteligência do país acompanham a situação de forma atenta e regular. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva, depois da cerimônia de abertura da 4ª Reunião da Interpol, para chefes de polícia da América do Sul.
“Não há nada de concreto nesse sentido de que há uma ação em larga escala de espiões, sejam da Rússia, sejam de qualquer país”, disse Lewandowski. “Nossas autoridades, tanto do setor militar quanto do setor policial, mesmo da Abin, estão atentas para isso, estão funcionando regularmente.”
No entanto, o ministro reconheceu a existência de uma situação isolada em investigação, mas ressaltou que a questão está sob responsabilidade do . Ele disse que não é o tipo de caso para atuação da .
“Quando o Judiciário decidir, o governo brasileiro tomará a decisão correspondente à decisão do Supremo Tribunal Federal neste caso”, completou Lewandowski. Enquanto não houver, digamos assim, uma ação criminosa, não é o caso de a Polícia Federal ingressar na questão.”
Também presente no evento ao lado de Lewandowski, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o caso que envolve o espião russo é agora de responsabilidade do Poder Judiciário, cabendo a ele dar continuidade ao processo seguindo os ritos jurídicos.
“A Polícia Federal tem sua diretoria de inteligência, que faz o trabalho de investigações, inclusive essa que tem o processo em trâmite no STF sob sigilo, e por essas razões a gente não pode avançar nesse comentário”, afirmou Rodrigues.
As declarações ocorrem um dia depois de o jornal The New York Times publicar uma reportagem em que aponta que . A publicação ainda mostrou que os agentes teriam assumido identidades falsas de cidadãos brasileiros.
A Polícia Federal acompanha desde 2022 indícios de que o Brasil vinha sendo sistematicamente usado pela Rússia como um centro de formação de agentes de inteligência.

“A Rússia usou o Brasil como plataforma de lançamento para seus agentes de inteligência mais qualificados, conhecidos como ilegais”, diz a reportagem. “Em uma operação audaciosa e de longo alcance, os espiões deixaram para trás seus ados russos. Abriram empresas, fizeram amigos e se envolveram em relacionamentos amorosos – eventos que, ao longo dos anos, se tornaram os tijolos que construíram identidades totalmente novas.”
A publicação revela que investigações feitas por autoridades brasileiras e estrangeiras mostraram que ao menos nove oficiais russos operaram sob falsas identidades brasileiras.
O principal objetivo não seria espionar diretamente o Brasil, mas ter o ao aporte brasileiro, um dos documentos mais aceitos no mundo. A intenção era circular livremente por diversos países. O perfil multiétnico da população foi um facilitador para acobertar os agentes envolvidos na operação.
Fonte: revistaoeste