A tecnologia tem sido uma grande aliada dos produtores rurais de Mato Grosso diante de janelas de plantio a cada dia mais curtas e uma colheita que precisa ser rápida.
Ganho de tempo, produtividade e redução de custos são alguns dos benefícios trazidos por ela para o campo e, principalmente, uma grande aliada para a permanência dos jovens no campo, segundo o setor produtivo e especialistas.
Conforme o agricultor Gabriel Berwanger ao Patrulheiro Agro desta semana, com uma janela curta de plantio é preciso ser rápido e eficaz. Na colheita, a mesma situação, principalmente, para aproveitar os espaços de produção.
“A tecnologia trouxe dinâmica nas atividades dentro de uma propriedade. As novas gerações são mais adaptadas e vieram para agregar no negócio, ajudar na parte técnica, financeira e melhorar o que já era bom. O mais prazeroso também é você perpetuar aquilo que lá atrás, em meados dos anos 70, o teu avô, o patriarca veio e fundou. Então a gente tem a possibilidade de dar essa continuidade que o avô deixou, que o pai deixou para as futuras gerações”, diz.
Para Rogério Berwanger, que também é agricultor, a tecnologia facilita a vida do produtor e “Isso ajuda o jovem a gostar do agronegócio. É uma geração bem atenta e eu aprendo muito com eles”.
Ele explica que não domina a tecnologia nos equipamentos, mas os jovens, já entram nos maquinários com GPS e lidam bem com as inovações.
O agricultor possui uma área de pastagem de 500 hectares e cultiva 1.700 hectares entre soja e milho com os filhos em Jaciara.
“Eu sou a sucessão do meu pai e hoje estou com 57 anos. Ele veio para o Mato Grosso, desbravou o estado na época do arroz, eu tinha nove anos. Meu pai foi meu herói, vim trabalhar com ele e estou no agro até hoje. Tenho quatro filhos. Um já está formado, é engenheiro agrônomo e dois de 16 anos estão estudando e já participam da sucessão. É gratificante porque precisa da sucessão, precisa dar sequência, da outra geração. A fazenda está bem encaminhada é só tocar para frente e ampliar”, ressalta Rogério.
Nova realidade no campo com IA 3f1c53
E a presença dos jovens na gestão das propriedades tem acelerado o uso de novas tecnologias no campo.
A inteligência artificial, por exemplo, já está presente em várias áreas da agricultura, desde o monitoramento via satélite até o uso de dados em tempo real, ajudando a reduzir custos e impulsionar a produtividade e a rentabilidade dentro da porteira.
O geofísico e divulgador científico Sérgio Sacani explica que a nova geração nasce com a tecnologia nas veias e por isso, conseguem manter os negócios.
“A IA está aí para ajudar, os produtores até os mais velhos, primeiro eles precisam perder o medo de usar. O próprio Chat GPT dentro da propriedade, como usar outros tipos de IA também, principalmente, ligado à visão computacional que é uma parte específica da inteligência artificial. Dá para ter números significativos em aumento de produtividade. A previsão de safra, chega a melhorar em 30%, 40%. As aplicações localizadas chegam a melhorar até 70%, até a economia de água o pessoal chega economizar entre 20% e 30%”, explica Sacani.
Para o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, essa nova realidade tecnológica está chegando rápido no campo e os produtores, precisam se adaptar uma vez que a agricultura tem ficado cada vez mais “minuciosa”.
“A gente saiu de uma produtividade de 45 sacas para 48, e hoje a gente está tendo talhões aí de 75, 80 sacos e uma média geral de 66, 67 sacas. A gente plantava soja de 140 dias, hoje a gente está plantando soja no máximo de 110 dias. Então evoluiu. É claro que essa tecnologia não é só as máquinas, houve tecnologia em sementes, em cultivares, em correção de solo”, finaliza o presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kroling.
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Fonte: canalrural
