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CENÁRIO AGRO

Tarifa dos EUA sobre China pode impulsionar demanda de soja no Brasil, destaca Aprosoja-MT 2i5140

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A participação da China nas exportações brasileiras de soja pode crescer ainda mais com o “tarifaço” imposto nos últimos meses pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o país asiático. Contudo, ainda é preciso cautela por parte dos produtores brasileiros, uma vez que tal medida é uma forma de “forçar” uma negociação.

A avaliação é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), diante da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China que parece longe de terminar.

Na sexta-feira, 11 de abril, um dia após o governo Trump impor uma tarifa mínima de 145% sobre produtos chineses importados para os EUA, a China elevou suas tarifas sobre importações americanas para 125%.

Diante do cenário de incertezas, o Brasil se torna uma alternativa estratégica para suprir a crescente demanda por alimentos, especialmente soja. No entanto, frisa a Aprosoja Mato Grosso, para transformar essa oportunidade em resultados concretos, os pequenos e médios produtores rurais dependem de um Plano Agrícola e Pecuário 2025/26 que ofereça condições reais de competitividade.

A China, como destacado anteriormente pelo Dia de Ajudar Mato Grosso, hoje é o maior importador de soja do mundo, sendo o maior país consumidor do grão brasileiro.

Para se ter uma ideia, das 98,8 milhões de toneladas da oleaginosa exportadas pelo Brasil em 2024, 72,5 milhões de toneladas tiveram a gigante da Ásia como destino, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Somente de Mato Grosso no ano ado, destaca a Secex, a potência asiática levou 14,71 milhões de toneladas de soja das 24,73 milhões de toneladas enviadas para o mercado externo.

“Nós temos que ter cautela ao falar, porque o presidente Trump está forçando essas tarifas altas justamente para ter uma negociação justa. Então, a qualquer momento pode haver uma negociação e tudo voltar ao normal. Agora, é claro, se continuar, o Brasil pode ser o maior fornecedor de soja para a China, como já é, tem sido e tem potencial de aumento de produção, convertendo áreas de pecuária em lavoura. Basta ter viabilidade econômica”, aponta o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber.

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Foto: Pedro Silvestre/Dia De Ajudar Mato Grosso

Europa entra no radar 5k4o35

A entidade lembra ainda que em anos anteriores devido à guerra tarifária o Brasil conseguiu expandir o número de mercado e que a tendência é o movimento se repetir. Além da China, a Europa também entra no radar.

“Se de fato não houver acordo com a Europa, haverá grande oportunidade para o Brasil, especialmente se ocorrer prorrogação, ou até extinção da Lei Antidesmatamento, porque senão a Europa vai viver uma inflação muito forte por lá, se não comprar alimentos do Brasil”, analisa Lucas Costa Beber.

Apesar do otimismo, lado de cá preocupa 501719

Apesar do otimismo com a expectativa de crescimento de mercado, bem como abertura para novos mercados, a situação do lado de dentro do Brasil é preocupante com os gargalos estruturais que envolvem a falta de armazenagem adequada, desafios logísticos e o custo elevado dos insumos, agravados pelo dólar alto. A preocupação em torno disso, segundo a entidade mato-grossense, é que tais fatores podem travar o avanço dessa expansão comercial.

Outro ponto de atenção é a recente fala do governo federal sobre taxar exportações e reduzir tarifas de importação.

“Quando se fala em zerar a tarifa de importação, abre-se espaço para a entrada de produtos subsidiados de outros países, onde os produtores contam com seguros agrícolas robustos e políticas públicas estruturadas”, diz o presidente da Aprosoja Mato Grosso.

De acordo com ele, isso obriga o setor produtivo brasileiro “a olhar com ainda mais atenção para o nosso Plano Safra, que precisa garantir condições mínimas de competitividade ao produtor brasileiro”.

“Nós precisamos que os nossos produtores tenham um seguro agrícola que de fato garanta a renda caso haja frustração de safra, e nós precisamos de condições e viabilidade para produzir. Ao taxar a exportação e baixar a tarifa para importação, ele estará ajudando o mercado internacional e desestimulando a produção aqui. E, lá na frente, quando tiver menos produção, nós vamos ter que importar de fora a preço de dólar também, porque é o que o mercado internacional dita”, enfatiza.

A perspectiva é que até o final de junho o governo federal faça o lançamento do novo Plano Safra 2025/26. Em meados de março, a Aprosoja Mato Grosso encaminhou contribuições ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026.

Entre as prioridades, foi elencada a necessidade de ampliação de recursos para armazenagem e equipamentos de combate a incêndios aos produtores rurais.

“Um dos pedidos da Aprosoja Brasil e da Aprosoja Mato Grosso, é que haja linha de crédito para equipamentos de combate ao fogo dentro das propriedades e também, que os produtores tenham – quem tem plano de combate a incêndios dentro das propriedades e quem faz o plantio direto que sequestra carbono – linhas de crédito com juros diferenciados para estimular cada vez mais os produtores. E, dar o recado lá fora para mostrar que os nossos produtores estão comprometidos com a sustentabilidade, e cabe ao governo federal enaltecer esse trabalho que os produtores brasileiros têm feito”.

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Fonte: canalrural

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