🌰Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) descobriram que o óleo extraído da castanha do baru, fruto típico do Cerrado brasileiro, pode ter efeito neuroprotetor contra o Alzheimer.
De acordo com o coordenador da pesquisa, professor doutor Samuel Vandresen Filho, os estudos foram realizados em testes com animais, com aplicação de duas doses em um período de 45 dias. O óleo conseguiu proteger o déficit cognitivo em dois testes de memória:
- labirinto aquático de Morris, que avalia a memória espacial, aprendizado e função do hipocampo.
- reconhecimento de objetos (um teste de memória declarativa em roedores);
“O óleo conseguiu proteger os déficits cognitivos causados pela infusão de proteínas que estão diretamente ligadas à inflamação e ao estresse oxidativo no cérebro”, explicou o pesquisador.
Fruto com potencial medicinal 3k5t6l
O baruzeiro (Dipteryx alata) é uma árvore nativa do Cerrado, e o fruto já é conhecido por benefícios nutricionais e medicinais. Rico em ácidos graxos essenciais, como ômega-6 e ômega-9, além de vitamina E, zinco, ferro e magnésio, o baru tem sido apontado como um alimento funcional — agora, também com potencial neuroprotetor.
Nos testes, os cientistas observaram que o óleo do baru reduziu marcadores inflamatórios associados à doença de Alzheimer, como a enzima COX-2 e a iNOS, que em excesso podem ser tóxicas aos neurônios.
Além disso, o óleo ajudou a preservar os níveis de uma proteína fundamental para a plasticidade e sobrevivência das células cerebrais, o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF).
Como o Alzheimer afeta o cérebro? 3k3b31
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta a memória, o raciocínio e outras funções cognitivas. Acomete idosos e idosas geralmente acima dos 60 anos de idade, sendo mais comum acima dos 70 e mais comum, ainda, depois dos 80 anos. Em raríssimos casos a doença inicia precocemente, antes dos 60 anos de idade.
O prejuízo da memória e do raciocínio são os primeiros sintomas observados e relatados pela família, mas é importante saber que, ao lado desses, podem surgir sintomas depressivos, com retraimento e perda do interesse por coisas que antes lhe eram agradáveis.
Outros sintomas, como apatia, agressividade, fugas de casa, insônia, etc., frequentemente aparecem durante a evolução da doença.
O tratamento da Demência de Alzheimer é multidisciplinar e deve contar com médicos (geriatra, neurologista e psiquiatra), além de enfermeiros, cuidadores, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, preparadores físicos, etc.
Com o tempo, há atrofia cerebral causada pela morte progressiva de neurônios. A pesquisa indica que o óleo do baru pode diminuir esses efeitos, atuando como suplemento complementar ao tratamento convencional.
“Com isso, podemos dizer que o uso do óleo da castanha do baru pode ser um grande aliado como suplementação no combate à doença, fornecendo substâncias com efeitos benéficos à saúde”, enfatizou Vandresen.
Fonte: primeirapagina